O deputado estadual Diego Castro (PL-BA) protocolou, na última segunda-feira (5), uma ação popular na Justiça com o objetivo de suspender o financiamento público a bandas que, segundo ele, promovem discurso de ódio contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A denúncia tem como alvo eventos culturais realizados com apoio do governo do estado.
No centro da polêmica está a participação da banda Bozo Kill em programações financiadas com recursos estaduais. O grupo tem apresentação confirmada no dia 18 de maio no Largo Tereza Batista, em Salvador, em um evento com apoio do governo do estado da Bahia.
De acordo com Diego Castro, “o grupo possui músicas com teor ofensivo e violento, incluindo referências explícitas à morte de Bolsonaro e de seus eleitores”. O parlamentar citou composições e menções ao autor da facada sofrida por Bolsonaro em 2018 como exemplos do que considera “incitação ao crime”.
– Não podemos permitir que o dinheiro do contribuinte seja usado para atacar adversários políticos. Isso é tática totalitária, digna de regimes autoritários como Cuba e Venezuela – afirmou Diego Castro, em um vídeo divulgado nas redes sociais.

O deputado também atribuiu ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) responsabilidade pela situação, acusando a gestão estadual de “institucionalizar a perseguição a opositores sob o pretexto de apoiar manifestações culturais”. Segundo Castro, declarações feitas por Jerônimo em eventos oficiais teriam reforçado um clima de intolerância política na Bahia.
Como justificativa, o parlamentar baiano citou o último episódio envolvendo Jerônimo, que, em discurso no município de América Dourada, sugeriu que os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro deveriam ser levados para “a vala”. Castro, que preside a Comissão de Segurança Pública e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), apresentou uma denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governador.
A ação movida por Diego Castro pede a suspensão imediata de qualquer repasse de verbas públicas a grupos que, segundo ele, “desrespeitem o princípio da impessoalidade e promovam conteúdo que possa ser interpretado como incitação à violência”.