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Descoberta arqueológica em Israel prova narrativa bíblica da invasão de Senaqueribe
Exteior
Publicado em 02/11/2024

Uma descoberta arqueológica em Jerusalém provou a narrativa bíblica da invasão do rei assírio Senaqueribe no Reino de Judá, citada em 2 Reis.

Em 701 a.C, o exército assírio sitiou diversas cidades de Judá, tentando conquistá-las. A história bíblica menciona um "anjo do Senhor" que milagrosamente matou 185.000 soldados assírios durante o cerco a Jerusalém.

Essa intervenção divina foi uma resposta às orações do rei Ezequias, que buscava proteção do Deus de Israel.

No início de outubro, a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) anunciou que escavações no bairro de Arnona descobriram sinais de mudanças administrativas no reinado do rei Ezequias em Judá, durante e após a campanha assíria.

Segundo os pesquisadores, a descoberta indica que a campanha militar de Senaqueribe impactou a economia de Judá.

Os arqueólogos descobriram que a primeira estrutura administrativa da área foi destruída e um segundo prédio foi construído. 

“Encontramos restos de um importante centro administrativo estadual da época de Ezequias, possivelmente até de seu pai, Acaz", disseram Neriya Sapir, Natan Ben-Ari e Benjamin Storchin, os diretores de escavação do IAA.

"Este centro estava em uso durante o último terço do século 8 a.C e foi completamente destruído. Esta estrutura foi intencionalmente enterrada sob uma enorme pilha de pedras, no topo da qual outro edifício foi erguido, supervisionando as terras agrícolas a leste da cordilheira Armon Hanatziv-Ramat Rachel e era visível de longe ", explicaram.


Resquícios dos prédios da administração judaica no período da invasão de Senaqueribe. (Foto: Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel).

Os pesquisadores descobriram pedras da estrutura antiga destruídas na pilha de pedras que cobria o centro administrativo do estado.

"Nós interpretamos estas mudanças dramáticas como uma declaração do governo imperial assírio, com a intenção de passar uma mensagem política e diplomática para a região ao redor e tornar claro 'quem está realmente no comando' ao suplantar a estrutura administrativa e sua função”,  explicaram. 

“Como os assírios ainda estavam interessados na produção agrícola e nos impostos que Judá poderia fornecer, eles permitiram a existência de uma administração judaica independente, mas intensificaram suas pesadas exigências econômicas", acrescentaram.

Selos em alças de jarros

Naquela época, a atividade administrativa de Judá incluía a concentração e o gerenciamento de produtos agrícolas de agricultores da região, eram trazidos em grandes jarros de cerâmica como pagamento do imposto ao Reino. Os jarros com produtos também eram usados como reserva em tempos de escassez.

Além dos prédios da administração, os arqueólogos encontraram cerca de 180 impressões de selos reais de Judá, do século 8 a.C, localizados em alças de jarros, com o inscrito em hebraico “pertencentes ao rei”.

Outros selos privados em 17 alças ainda indicam posses de outras pessoas, como Menachem Yubna, Pegach Tavra e Tzophen Azaryahu.

Para a equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv liderada pelo professor Oded Lipschitz, as descobertas recentes são muito significativas.

Os estudiosos acreditam que os selos privados com nomes fazem parte de um sistema administrativo, que aconteceu pouco tempo antes da chegada do exército de Senaqueribe, como parte dos preparativos do rei Ezequias para a rebelião contra a Assíria, quando os pagamentos de impostos ao Império Assírio foram interrompidos.

“É muito emocionante encontrar mensagens de altos oficiais da administração judaica de cerca de 2.700 anos atrás. A descoberta fascinante da Autoridade de Antiguidades de Israel conta a história de milênios do povo judeu que, apesar de crises e períodos muito difíceis, sempre soube como se recompor, reconstruir e prosperar", comentou o rabino Amichai Eliyahu, ministro do Patrimônio de Israel.

Os selos encontrados serão expostos ao público pela primeira vez no Campus Nacional Schottenstein para a Arqueologia de Israel neste mês.

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