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Professor de Escola Bíblica é preso por vender Bíblias na China
Missões e Ação social
Publicado em 05/10/2024

Um professor de Escola Bíblica Dominical (EBD) foi preso e acusado de “operações comerciais ilegais” na China, após vender Bíblias e outros materiais cristãos.

Ruojie*, de 29 anos, atua como professor de EBD no país há oito anos. Além de servir na igreja, ele vendia Bíblias e outros livros cristãos desde o início de 2023.  

A notícia da prisão foi descoberta recentemente depois que o missionário local Li* visitou Chen*, a mãe de Ruojie.

No entanto, o professor tem esperança de que será liberto até o fim deste ano. Ruojie nasceu em um lar cristão e é o mais velho de dois irmãos. O caçula da família ainda está no Ensino Médio.  

“Meu filho vende livros por todo o país de maneira discreta, em diversas províncias. Mas ele foi descoberto pelas autoridades quando estava a caminho de uma das entregas”, disse Chen à missão Portas Abertas.

“Mais de dez mil livros foram encontrados na casa de Ruojie e outros dez mil exemplares em um depósito”, contou Li.  

Ato ilegal

Segundo a Portas Abertas, na China, ter uma Bíblia ou outras literaturas cristãs não é ilegal, mas adquirir esse tipo de material está se tornando cada vez mais difícil, com regras mais rígidas do que em anos anteriores.

Em 2018, com a implementação de novas regulamentações religiosas, a venda e a compra de Bíblias online foram proibidas.

Apenas as igrejas com o registro do governo — Concílio Cristão da China (CCC) e Igreja Movimento das Três Autonomias (TSPM) — e livrarias afiliadas ao sistema de controle governamental podem vender artigos cristãos. As negociações fora desse contexto são consideradas ilegais. 

A aplicação da lei varia entre as províncias, mas continua a dificultar ainda mais a aquisição de Bíblias e livros cristãos pelos crentes na China.

Assim, Roujie foi considerado um criminoso: “Durante algum tempo, as autoridades locais não nos deixaram visitá-lo na prisão. Eles também inspecionaram a casa do meu filho diversas vezes e entraram em contato com pessoas próximas a ele em busca de mais evidências”, relatou Chen.  

‘Oramos com eles’

Tempo depois, a mãe e um dos irmãos conseguiram autorização para visitar Roujie. Agora, Chen pede orações para que o filho saia da prisão e por outros desafios enfrentados. 

“Ruojie estava noivo e planejava se casar este ano.  Mas, quando foi preso, a noiva decidiu romper o compromisso. Ela foi visitá-lo na prisão apenas para terminar com ele. Ele ficou surpreso e não sabia o que fazer. Ele não estava preparado para essa notícia”, contou a mãe.

Na cultura chinesa, o casamento representa não apenas a união de duas pessoas, mas também a das duas famílias. A família de Chen, que não possui carros nem casas — considerados essenciais para um casamento na região — sofre por causa disso em relação ao filho.

Apesar dos desafios, Li contou que quando conhece pessoas com problemas como os de Chen e Ruojie, ele se lembra que há cristãos em todo o mundo orando por eles e isso o encoraja.

“Muitas vezes me sinto desamparado, sem saber o que fazer, como ajudar de maneira prática. Mas o que podemos fazer é levar conforto para eles, visitá-los e orar com eles no momento em que outras pessoas viraram as costas”, concluiu Li.  

*Nomes alterados por segurança 

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