Envolta em uma crise que contém acúmulo de dívidas e ações de despejo, a varejista Polishop apresentou um pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo em abril deste ano. Apesar de a ação ter sido ajuizada há mais de um mês, o caso só veio a público nesta semana. O processo tramita na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da capital paulista.
A Polishop acionou à Justiça inicialmente pleiteando uma decisão para suspender as execuções de débitos da empresa. À época, o presidente e fundador da Polishop, João Appolinário informou que os fatores que levaram a empresa às dívidas envolviam os efeitos da pandemia, o aumento do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e a crise do crédito motivada pelo caso Americanas.
O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, que está responsável pelo caso, determinou então a suspensão de execuções que estavam em trâmite contra a empresa, bem como ações de despejo. A decisão em questão ainda impediu que plataformas de marketing e tecnologia suspendessem os serviços por créditos anteriores à data do pedido.
Na última segunda-feira (13), em uma das movimentações mais recentes do processo, foi feita uma petição para que o perito se manifestasse no processo. O especialista deve analisar todos os documentos do caso, como informações sobre dívidas, credores e outros, e fazer um relatório ao juiz, para que este possa dar a sua sentença.
CRISE DA POLISHOP
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, a Polishop já fechou mais de 100 lojas em shoppings e é alvo de mais de 50 ações de despejo. Desde 2022, os shoppings onde a empresa mantinha lojas começaram a entrar com processos na Justiça por falta de pagamento do aluguel. À época, o valor acumulado era de R$ 9 milhões.
Segundo dados de julho de 2023, a rede reduziu o número de lojas de 280 unidades para 122, e o quadro de funcionários caiu pela metade: de 3 mil para 1,5 mil. Entre o ano passado e este ano, outras 42 lojas já foram fechadas.