Pastor afirma que NÃO precisamos de uma NOVA REFORMA, o que se tem urgência é de santidade. Sem santidade, ninguém verá a Deus (Hebreus 12:14). O ser humano tende à natureza pecaminosa e corrupta, se ele não se voltar para Deus em arrependimento, desenvolver a santidade e temor do Senhor, se desviará dos caminhos Bíblicos, e buscará realizar seus próprios interesses e concupiscências carnais. O homem carnal não conhece a Deus (vide 1 Coríntios 2:14-16), não importa se tenha títulos religiosos ou não.
A Reforma Protestante liderada por figuras como Martinho Lutero, João Calvino e outros reformadores no século XVI, foi uma resposta à corrupção percebida na Igreja Católica Romana da época e defendia diversos pontos-chave:
1. Sola Scriptura: A Bíblia era vista como a única autoridade religiosa e fonte de orientação, em oposição à autoridade papal e às tradições da igreja. No Cristianismo somente a Bíblia é o livro sagrado. Nenhum comentário, hermenêutica ou tradição humana é maior que a Bíblia por si só. A Bíblia não se contradiz, nem tampouco, apoia o pecado. Como está escrito: “Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo.” (2 Pedro 1:20-21). “Porque desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:15-17).
2. Sola Fide: A Bíblia diz: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6). A salvação é alcançada pela fé em Cristo, e não por obras. Isso rejeitava a ideia de que boas obras ou indulgências eram necessárias para a salvação humana.
Milhares de pessoas pagavam financeiramente, flagelando seus corpos, criando “punições” para merecerem a salvação, o perdão de Deus. O único sangue exigido por Deus, foi o de seu filho Jesus. Como está escrito: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16). Jesus disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” (João 14:6). Não há outro caminho para Deus.
3. Sola Gratia: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.” (Efésios 2:8). Deus nos concede sua graça, mas a recebemos por meio da fé em Jesus. A salvação é um dom gratuito de Deus, não algo que pode ser obtido por méritos humanos. Graça não é misericórdia, mas dádiva de Deus. A graça de Deus nos honra quando não merecemos, e na misericórdia Deus não nos castiga mesmo dignos de punição (vide a parábola do filho pródigo – Lucas 15:11-32).
4. Sola Christus: Cristo é o único mediador entre Deus e o homem, em contraposição à ideia de santos e intercessores. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos.” (1 Timóteo 2:5, 6). “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome.” (João 1:12). A porta é estreita (Mateus 7:13, 14) e somente através de Jesus, temos a salvação.
5. Soli Deo a Glória – Glória somente a Deus. “Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.” (Mateus 4:10). “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4:12).
Pontos importantes da Reforma:
1. Sacerdócio de Todos os Crentes: Todos os fiéis têm acesso direto a Deus, e não apenas os sacerdotes e clero. Como está escrito: “por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele (Jesus).” (Efésios 3:12). “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus.” (Hebreus 10:19). “Porque o que me achar achará a vida e alcançará favor do SENHOR.” (Provérbios 8:35).
2. Rejeição de Práticas Corruptas: Os reformadores denunciaram práticas corruptas, como a venda de indulgências, a simonia e a venalidade do clero. “Aquele que está em pé, cuide para que não caia.” (1 Coríntios 10:12). “Afastem-se de toda forma de mal.” (1 Tessalonicenses 5:22).
3. Tradução da Bíblia para Línguas Vernáculas: A Bíblia foi traduzida para idiomas locais, tornando-a acessível a um público mais amplo. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16, 17).
4. Ênfase na Salvação Pela Fé: A Reforma destacou a crença na justificação pela fé, em oposição às obras, o que levou a uma compreensão mais pessoal e direta da relação com Deus.
5. Influência na Educação e Sociedade: A Reforma teve um impacto significativo na educação, incentivando a criação de escolas e universidades. Além disso, ela trouxe mudanças sociais que contribuíram para o desenvolvimento de sociedades mais abertas e democráticas.
Os reformadores João Calvino, Guilherme Farel, Teodoro de Beza, John Knox (Foto: Unsplash/Jametlene Reskp)
A Reforma Protestante é um marco importante na história religiosa e social, com aspectos positivos e negativos. Seu impacto é complexo e multifacetado, e a compreensão de seus efeitos requer uma análise cuidadosa dos diferentes contextos históricos e culturais em que ocorreu.
Hoje em dia, existem movimentos e correntes dentro do cristianismo que buscam reformas em suas denominações, como o movimento de Reforma Contínua e a Reforma Radical. No entanto, a necessidade de uma nova Reforma é uma questão subjetiva e varia de acordo com as perspectivas religiosas e teológicas de cada pessoa.
A grande verdade é que se todos se voltarem para Deus, em santidade, lendo, estudando e praticando a Bíblia, não seria necessário tal assunto de Reforma, mas sim de manifestação dos dons do Espírito Santo e do respectivo fruto (Gálatas 5:22 - Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.).
Fernando Moreira é bacharel em Ciência da Computação e Teologia, com mestrado em Ciência da Computação e doutorado em Teologia. É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), pastor da Igreja Batista do Povo, executivo numa multinacional de tecnologia, mentor de carreiras executivas, membro de conselhos administrativos, palestrante, conferencista e autor de 8 livros.