Os Estados Unidos da América são o único país que acumula a liderança no poderio industrial, militar, financeiro, nuclear, estratégico e cultural. Não tem como negar a sua forte influência no mundo. Em todos os acontecimentos relacionados à política internacional, os norte-americanos estão envolvidos, de forma direta ou indireta.
Os especialistas na área da ciência política internacional classificam esta influência, que os americanos têm, com pontos positivos e negativos. Os Estados Unidos da América também são conhecidos mundialmente como maior divulgador do sistema capitalista, outro ponto que traz vários debates no âmbito da política. Outra área importante nas análises é a democracia norte-americana, regida pelos princípios: liberdade, liberalismo e cultura.
O objetivo deste artigo é tratar da democracia norte-americana e sua influência recebida do arminianismo. O teólogo Ben Witherington afirma que “o metodismo reflete mais o caráter democrático americano e a cultura de inspiração libertária [dos EUA] do que o calvinismo” (WITHERINGTON, 2005, p. 172). Mas essa influência foi gradativa. Na medida em que o metodismo crescia nos Estados Unidos da América, o arminianismo ganhava o seu espaço. O metodismo norte-americano tinha como princípio os ensinos do seu fundador John Wesley, que é o segundo nome do arminianismo depois de Jacó Armínio.
O historiador Richard Kyle destaca a importância do arminianismo na consolidação da democracia norte-americana. O historiador afirma que “o calvinismo tinha um tom aristocrático, enquanto o arminianismo era mais democrático” (KYLE, 2009, p. 40). Embora o calvinismo marcou o início dos Estados Unidos da América, foi o arminianismo que influenciou a cultura norte-americana.
Uma das principais características da política norte-americana é o livre mercado. Esse pensamento teve influência no pensamento arminiano. A influência da democracia e mercado livre, o historiador Kyle afirma, “a teologia arminiana dos metodistas, com o seu foco na escolha humana, teve na América democrática” (KYLE, 2009, p. 39). Os eruditos destacam a importância da influência do arminianismo na cultura norte-americana. Os acadêmicos afirmam que a “democracia no senso tocquevilliano, como igualitarismo nas interações sociais e nas normas culturais” e acrescentam que “uma ideologia democratizante por excelência” (BRINT e SCHROEDEL, 2009, p. 87).
O arminianismo é uma teologia protestante que ensina que a graça de Deus é oferecida a todos e cada indivíduo, sem acepção de pessoas. Esse princípio arminiano influenciou muitos aspectos sociais e culturais no mundo ocidental, principalmente nos Estados Unidos da América. Os eruditos afirmam que “a arminianização do protestantismo americano, e especialmente do evangelismo americano, é um importante capítulo na história do protestantismo conservador e, de forma mais geral, do conservadorismo americano” (BRINT e SCHRORDEL, 2009, p. 87). O arminianismo é prova que uma boa teologia pode beneficiar o ser humano em todos os aspectos: espiritual, social e cultural.
Referências bibliográficas:
BRINT, Steven e SCHROEDEL, Jean Reith (editors). Evangelicals and Democracy in América. Volume 1 (Religion and Society). 2009. Russel Sage Foundation.
KYLE, Richard. Evangelicalism: Na Americanized Chirstianity. 2009. Transaction Publishers.
WITHERINGTON, Bem. The Problem with Evangelical Theology: Testing the Exegese Foundations of Calvinism, Dispensationalism, and Wesleyanism. 2005. Baylor University Press.
Ediudson Fontes é Pastor auxiliar da Assembleia de Deus – Ministério Cidade Santa no RJ. Teólogo. Pós-graduação em Ciência das Religiões. Mestrado em Teologia Sistemática. Professor de Teologia, autor das obras: “Panorama da Teologia Arminiana”, “Reforma Protestante e Pentecostalismo – A Conexão dos Cinco Solas e a Teologia Pentecostal” e “A Soteriologia na relação entre Arminianismo e Pentecostalismo”, todos publicados pela Editora Reflexão. Casado com Caroline Fontes e pai de Calebe Fontes.